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SPORTING VINTAGE: 2006.10

SPORTING VINTAGE

ofensiva1906@gmail.com

26.10.06

Keita

Salif Keita foi um dos melhores africanos de sempre, considerado inclusivamente o melhor deste continente em 1970. Keita ingressa no Sporting Clube de Portugal em 1976 para formar dupla com o Manuel Fernandes. Keita efectua nesta época 27 jogos, facturando 16 golos. Jogador impetuoso e esforçado Keita contrastava com Manuel Fernandes sendo ambos um autêntico quebra cabeças para as defesas adversárias. Na época seguinte Rui Jordão junta-se a esta dupla o que fez com que o Sporting fosse uma equipa que tinha um poderio ofensivo francamente invejável Na época 78/79 Keita, que já se encontrava na fase descendente da sua carreira, realiza a sua última época de leão ao peito, conquista a Taça de Portugal frente ao FC Porto, realizado nesta competição e no Campeonato Nacional 21 jogos marcando 10 golos.

24.10.06

Manuel Faria

Manuel Faria foi um dos melhores fundistas portugueses de todos os tempos. Nasceu em Abrantes, a 12 de Dezembro de 1930 e começou a correr em 1947. Desde que iniciou a sua carreira, no princípio, com alguma timidez e receio, depois com mais determinação este atleta de invulgar eleição batia sucessivamente recordes. O atleta venceu também, por duas vezes, a famosa “São Silvestre”, de São Paio, embora tivesse participado mais vezes nesta prova que, na altura, tinha uma grande expressão internacional. Foi internacional, mas nunca esteve nos Jogos Olímpicos, onde certamente teria escrito história relevante. De notar que em 1956, com poucos anos de prática, Manuel Faria já era recordista ibérico da milha e dos cinco mil metros tempos a que juntava os recordes nacionais dos três e dos quatro mil metros.


19.10.06

Francisco Stromp

Cem anos volvidos, está ainda por descobrir que tipo de carga social tinha esta figura emblemática do universo leonino. Não só em termos desportivos, designadamente no âmbito da equipa de futebol, mas especialmente em termos globais, pois esteve na fundação do Sporting.


Fundador eclético, e jogador de magníficos recursos, Francisco Stromp, foi o primeiro grande capitão e treinador de futebol do Sporting Clube de Portugal. Nascido em 1892, é perpetuamente o sócio nº. 3, número que possuía quando faleceu, em 1930.

Respeitado por companheiros e adversários, atleta de eleição, Stromp comandou a equipa campeã de Portugal em 1923, marcando o primeiro golo da final. Também se sagrou campeão nacional do disco. Foi duas vezes vice-presidente do Sporting.



Francisco Stromp deu, igualmente, nas vistas pelas suas qualidades de simpatia, cavalheirismo e “fair-play”.

O Sporting Clube de Portugal, fundado em 1906, conquistou o primeiro título de campeão de Lisboa no ano seguinte (1907) e, em 1923, no mês de Maio, festejou o título pela quarta vez. Francisco Stromp – que na altura era o “capitão-geral do futebol”- escreveu a respeito dessa vitória o seguinte:



“Ganhámos o Campeonato de Lisboa sem contestação dos nossos adversários e, até, com aplausos de todos eles. É isto um dos mais saborosos frutos do nosso trabalho. Ainda não chegámos ao fim. Agora vamos disputar o Campeonato de Portugal. Pretendemos ganhá-lo da mesma forma, sem contestação. A nossa vitória no Campeonato de Lisboa não se deve ao valor individual dos componentes da nossa equipa. Deve-se principalmente à correcção que todos soubemos manter em todos os jogos que fizemos, à assiduidade aos treinos que todos compreenderam serem necessários para vencer e à disciplina que me orgulho de ter sabido manter, não usando outros meios que não fossem a evocação da amizade que por todos tenho e aquela que todos temos pelo Sporting Clube de Portugal. Confio novamente na vontade de todos para poder triunfar. Continuaremos a trabalhar sem um desfalecimento. Precisamos de honrar o nosso título de Campeão de Lisboa, juntando-lhe o de Portugal, precisamos confirmar a contestação da derrota da época passada, precisamos de efectivar a última aspiração da vida desportiva do capitão da primeira equipa: entregar o título de Campeão de Portugal”

16.10.06

Carlos Xavier


Carlos Xavier é um daqueles sportinguistas que não se inibe de mostrar o seu sportinguismo seja em que circunstância for. Carlos Xavier é promovido ao plantel sénior na época de 80/81 realizando 6 jogos, era o lançamento para uma carreira promissora que se começaria a solidificar logo na época seguinte, em que realiza 33 jogos participando de forma categórica na conquista do título de Campeão Nacional em 81/82, bem como a Taça de Portugal e Supertaça de Portugal, jogando quase sempre a defesa direito. Vai permanecendo na equipa durante várias épocas onde os sportinguistas se apercebem da sua grande polivalência, tornando-se assim um dos mais utilizados. Todavia, na época de 86/87 o Sporting contrata Manuel José para técnico principal que entra em ruptura com Carlos Xavier e que o dispensa para a Académica de Coimbra. Carlos Xavier parte magoado, mas leva o Sporting no coração, vibrando e festejando à distância, p.ex. os 7-1 ao Benfica. Manuel José é despedido e Carlos Xavier regressa então ao Sporting vencendo logo Supertaça Cândido de Oliveira. Permanece mais algumas épocas quando lhe surge a oportunidade de representar um clube estrangeiro, mais concretamente a Real Sociedad, orientado por John Toshack que havia orientado o Sporting e Carlos Xavier em 84/85. Tornou-se um ídolo em Espanha sendo ainda hoje recordado pela Real Sociedad, tal como Oceano e Ricardo Sá Pinto.

Regressa, posteriormente, em 94/95 vencendo a Taça de Portugal.

Pela carreira que Carlos Xavier protagonizou no Sporting merecia sem dúvida alguma consideração na hora da despedida, que aconteceu em 96/97. Mal dispensado, principalmente como foi e por quem foi. Alguém que não conhecia o Sporting, e quem os sportinguistas também não conheciam, e que concerteza hoje nem se lembram. Mas a dispensa foi aceite.

Há duas épocas quando estava no comando técnico do Estoril Praia, com Sérgio Louro, Litos e Mário Jorge, Carlos Xavier afirmou que nunca poderia continuar a jogar depois de ter saído do Sporting, tal o amor que tinha, e que tem pelo Clube. Colabora, actualmente, no futebol de formação do Sporting Clube de Portugal.

(No Estádio Arueta estiveram muitos portugueses, inclusivé uma delegação da Juventude Leonina que fez questão de ir a San Sebastian apoiar o Sporting e despedir-se de Carlos Xavier)

9.10.06

Gémeos Castro


Quem se não lembra dos Irmãos Castro que de Fermentões (Guimarães) vieram para Lisboa para praticarem atletismo de alta competição. O Prof Moniz Pereira tinha, antes, “descoberto” os manos numa competição em Vigo, numa prova em que representava o Lameirinho. Num espírito de desporto de qualidade e na senda de uma tradição de campeões e de feitos de que poucos clubes no mundo se podem orgulhar, o Sporting acolheu-os e tornou-se na segunda família destes gémeos iguais no aspecto e na vontade de vencer.

E não deslustraram a linhagem Manuel de Oliveira - Manuel Faria - Carlos Lopes - Fernando Mamede, entre outros, que levantaram bem alto o nome do Sporting e de Portugal em todo o Mundo. Foram dignos sucessores e integraram-se nesta linhagem de fundistas de grande nível. Falar de um obriga a falar do outro.

Alguém a seu propósito escreveu: “Eles são gémeos em tudo: iguais no aspecto, na personalidade, nos objectivos. Em suma, inseparáveis… (----)”. Texto de www.centenariosporting.com

6.10.06

Carlos Lopes

O atletismo foi e continua a ser um constante orgulho para o Sporting Clube de Portugal.

Carlos Lopes conquistou três campeonatos Mundiais de corta mato, uma medalha de prata e uma medalha de ouro em Jogos Olímpicos. O corredor do Sporting empolgou toda uma nação com a mítica vitoria na Maratona das Olimpíadas de Los Angeles em 1984. Nasceu em 18 de Fevereiro de 1947 e ingressou no Sporting em 1967, tendo como treinador Mário Moniz Pereira tornando-se num dos melhores meio fundistas do Mundo.

Títulos conquistados pelo Sporting Clube de Portugal3 Medalhas de Ouro Campeonatos Mundo de Corta Mato em 1976, 1984 e 1985.
2 Medalhas de Prata Campeonatos Mundo de Corta Matos, em 1977 e 1983
3 Taças dos Campeões Europeus de Corta Mato Individual, em 1977, 1983 e 1985
Campeão Nacional de Costa Mato em 1970, 1971, 1972, 1973, 1974, 1976, 1977, 1978, 1982 e 1984.
Campeão Nacional de Pista 1500 metros (1972 e 1972)
5000 metros, em 1968 e 1983
10000 metros, em 1970 e 1978
3000 metros obstáculos, em 1975

Melhor Marca Europeia: Maratona – 2.07,12 (Roterdão 1985)
RECORD – Qual é a sua melhor recordação ligada ao clube?
MONIZ PEREIRA – O Carlos Lopes a ganhar a maratona olímpica, que ainda hoje é recorde (2.09,21h). Em Los Angeles, a 30º de temperatura, um calor doido e à pior hora para correr, ele ganhou nitidamente. Chorei como uma madalena. A contar isto às vezes comovo-me e se vejo a fotografia da pista choro. No ano seguinte aos Jogos Olímpicos, já com 37 para 38 anos, o Lopes bateu o recorde do Mundo! Foi o corredor mais completo que eu conheço, de todos. E não venham cá com pistas! Não estou a fazer favor nenhum! Pista, crosse e estrada, nenhum é melhor do que o Lopes.

3.10.06

Fernando Mamede

Fernando Mamede foi a maior máquina do Atletismo. Fez coisas soberbas” – A frase é de Moniz Pereira que talhou Carlos Lopes e Fernando Mamede como dois gémeos de talento.
Mamede colocou a cabeça dos estatísticos à volta quando superou em 1984, em Estocolmo, os máximos europeus da légua e colocou o recorde do Mundo dos 10 mil metros em estonteantes 27.13,81 minutos. Para que se perceba a valia deste registo basta dizer que não houve homem na história do atletismo a conseguir superá-la nos anos seguintes. No plano europeu esta marca foi somente estilhaçada em 1999!!! Actualmente a marca de Fernando Mamede é uma das melhores de todos os tempos e se pensarmos que foi conseguida em 1984 mais encanto ganha.
Mas ainda antes, em 1981 no Estádio José Alvalade Mamede tornou-se o primeiro português recordista europeu, num daqueles despiques espevitados com Carlos Lopes correu, correu, correu... mas sempre atrás de Lopes. A certa altura liga o turbo e ganhou com a marca de 27.27,7 minutos. Mais tarde em Paris nova marca fantástica, marcando 27.22,95 minutos.
Porém, Mamede podia ter ido muito mais longe na sua carreira, já de si notável, “Só tinha um laqueio psicológico que o punha em sarilhos nos grandes campeonatos” – Moniz Pereira.