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SPORTING VINTAGE: 2006.09

SPORTING VINTAGE

ofensiva1906@gmail.com

29.9.06

Mário Moniz Pereira

Moniz Pereira é uma figura única do desporto mundial, um homem que emprega uma enorme paixão a tudo o que faz como se o mundo fosse acabar mesmo ali e agora. A Ofensiva 1906 teve a oportunidade de reunir com Moniz Pereira, Vice Presidente do Sporting Clube de Portugal, em 2003 e teve oportunidade de testemunhar isso mesmo. Como já mencionamos, anteriormente, por uma questão de cortesia não iremos revelar as confissões do Professor, sobre a conversa que mantivemos sobre, na altura, o passado, o presente e o futuro do eclectismo.Foi das suas mãos que saíram diamantes brutos como Mamede, Lopes, os gémeos Castro, entre tantos outros. Uma espreitadela pelos números faz perceber um esboço do que conseguiu como técnico: 30 vezes campeão nacional de pista em masculinos desde 1946 a 1988, 24 vezes campeão nacional de pista em feminino de 1946 a 1987: 33 vezes campeão nacional de crosse em masculinos entre 1948 e 1991 e ainda 14 taças dos Clubes Campeões Europeus de Crosse, entre 1977 e 1994.Entretanto delegou funções em Bernado Manuel, mas sempre de olho nos novos diamantes que iam surgindo, como Rui Silva, p.ex. .Abriu os horizontes do atletismo português e criou uma escola de fazer inveja muitas equipas de grandes potências mundiais.Ganhou nome da pista de atletismo no antigo Estádio José Alvalade, mas esse também fora um dos episódios mais tristes da sua carreira no dia em que o governo aprovou a construção do novo estádio que como ele próprio diz não é um estádio, é um campo de futebol.Em 2001 recebeu um dos prémios mais simbólicos do atletismo mundial: Emblema de ouro da Associação Europeia de Atletismo, a mais alta condecoração individual na modalidade.Mário Moniz Pereira é o sócio número dois do Sporting Clube de Portugal
(...)Gostava que o Sporting continuasse a ser um clube ecléctico como sempre foi. Não pode ter 20 modalidades, é impossível, mas com um critério justo e segundo a tradição e a história destes 100 anos deveria ter meia dúzia de modalidades a sério, de alta competição, com recintos próprios para treinar, com uma pista de atletismo, com uma piscina de 50 metros, com um pavilhão desportivo, com condições mas sem exageros. Quem estiver a dirigir o clube é que deve decidir quais as modalidades. Eu não, porque não estou de regresso, estou de partida. (...) - Prof. Moniz Pereira

21.9.06

Mário Jorge

Mário Jorge natural de Ponta Delgada, Açores, foi um dos jogadores, na história do Sporting Clube de Portugal, que mais cedo se estreou na equipa sénior, foi na época 79/80. Realizou um jogo nessa época sendo automaticamente campeão na época de estreia.As principais características de Mário Jorge eram a sua polivalência, tanto o podíamos ver a defesa como na zona média, onde se sentia mais à vontade. Jogador dinâmico com uma técnica e visão de jogo absolutamente irrepreensível sendo, igualmente, um grande apoio ofensivo.

Mário Jorge teve sempre a simpatia dos sportinguistas, igualmente, pela sua disciplina. No campeonato de 81/82 que o Sporting conquistou, Mário Jorge com 20 anos já era dos jogadores mais totalistas, sendo a partir daí uma peças fundamental no onze titular leonino até á temporada de 89/90.
Mário Jorge fica na história do Sporting Clube de Portugal tinha carisma através da sua discrição em campo, não obstante a sua juventude. Depois de ter saído do Sporting mostrou em várias ocasiões o seu sportinguismo. Por tudo isto fica aqui patente, para todo o Mundo, o tributo dos sportinguistas a Mário Jorge.

20.9.06

Hóquei em Patins


A paixão desportiva foi sempre para a maioria das pessoas, o futebol. Todavia, nos anos 70 e 80 Carlos Lopes e Joaquim Agostinho emergem como figuras de topo, bem como o Hóquei em Patins catapultado pelo equipa do Sporting e pelas noites e tardes épicas no Pavilhão de Alvalade, construído pelos sportinguistas. O Hóquei teve na Rádio um grande aliado que reforçava a espectacularidade deste desporto acompanhando-o ao pormenor com mesma emoção com que vivia a jornada futebolística do fim de semana com relatos vibrantes. O Sporting Clube de Portugal tinha nessa altura tinha aquela que foi considerada a melhor equipa de hóquei do século XX, eram eles: Ramalhete, Rendeiro, Sobrinho, Chana, Livramento, Garrido, Jorge e Carmelino. O Sporting ganhou tudo o que havia para ganhar. Cinco campeonatos nacionais, três taças de Portugal, e uma Taça CERS, quatro Taça das Taças. E o expoente máximo que foi a conquista da Taça dos Campeões Europeus, sobre o Voltregá. Foram tempos inesquecíveis. Com a entrada do Projecto Roquette a modalidade foi extinta, tal como o Basquetebol e Voleibol. Mais tarde a modalidade renasceu através de patrocínios e o esforço de alguns sócios, mas este esforço acabou por ser em vão. Aquando surgimento de adversidades relativas a financiamento a modalidade voltou a ser extinta abandonado a competição da I Divisão ainda a meio sem qualquer apoio da Direcção de então, liderada por Dias da Cunha.
Preferimos no entanto consagrar os heróis - atletas, dirigentes, seccionistas, adeptos -, que juntos ergueram o nome do Sporting Clube de Portugal a nível mundial, no Pavilhão de Alvalade, na Nave de Alvalade, nesses rinques de Portugal e da Europa. Que grandeza impar.

13.9.06

Zé Carlos


José Carlos ingressou, juntamente com Osvaldo Silva, em 1962, estando Juca no comando técnico e sendo ,na altura, o treinador mais jovem do futebol português. O percurso de José Carlos no Sporting Clube de Portugal está recheado de êxitos. Venceu todas as competições nacionais, estando também na conquista da Taça das Taças em 1964, onde nesta competição ganhou o estatuto de indispensável no plantel leonino. Aliás a sua prestação no célebre jogo contra o Manchester United em Alvalade foi extremamente elogiada pela exigente imprensa britânica, neste jogo José Carlos anulou por completo Bobby Charlton. Com a saída de Fernando Mendes, devido a uma grave lesão, José Carlos assume a braçadeira de capitão até ao início da década de 70.
Defesa central intransponível, capitão exigente e defensor dos seus colegas, campeão, Zé Carlos perdurará para sempre na história do Sporting Clube de Portugal, sendo distinguido inclusivamente com o Prémio Stromp em 1971, a mais alta distinção atribuída pelo Sporting Clube de Portugal.
Não é demais agradecer-te uma vez mais, Zé Carlos, quando, e como em 64, tivemos uma vitória para muitos considerada como impossível.

11.9.06

Azevedo

«O momento: 17 de Novembro de 1946, Sporting-Benfica, jogo decisivo do Campeonato de Lisboa, disputado no Campo Grande.

João Azevedo guarda-redes do Sporting sai lesionado na primeira parte do desafio, com o braço ao peito. Uma vez, que naquela altura não havia lugar a substituições, Jesus Correia ocupa o seu lugar e na entrada da segunda parte, nova transição com Veríssimo a ocupar a função de guarda-redes. O Sporting que até à lesão do seu guarda-redes ganhava por 1-0, deixara-se então empatar e com menos um homem em campo, ainda para mais o seu guarda-redes, via o Benfica superiorizar-se cada vez mais na busca da vitória, cercando a baliza leonina.

E, para espanto de todos, nos primeiros minutos de jogo da segunda-parte, qual D. Sebastião ressurgido do nevoeiro, o bravíssimo João Azevedo volta à baliza, ainda que com o braço ligado! O guarda-redes que saíra lesionado para ser prontamente assistido volta, para defender a sua baliza dos ataques encarnados. Se não fosse o braço ligado dir-se-ia que Azevedo voltara igual!
Aproximadamente 10 minutos de jogo da segunda parte, eis que algo de espantoso acontece. Um momento mágico diz quem viu. Guilherme Espirito Santo, grande avançado centro do rival lisboeta fez um portentoso remate ao ângulo ao qual João Azevedo se opõe com um espantoso voo e desviando a bola para canto com o braço que não estava lesionado.


Estava tudo dito, os jogadores encarnados renderam-se à superioridade e classe de um grande Homem que defendia a sua baliza como um verdadeiro leão com asas, imagine-se...! Foi uma defesa determinante, que empolgou os jogadores leoninos para uma brilhante exibição.
Nos minutos finais o Sporting ainda marca mais dois golos em dois minutos e é campeão. Nunca é de mais enaltecer o verdadeiro herói que João Azevedo, esse monstro da baliza verde e branca. De realçar que jogou quase 40 minutos com o braço ligado e nem por isso deixou que a sua baliza fosse “violada”, respondendo ás adversidades com uma excelente exibição, de um estoicismo incrível e revelador de um enorme caracter, só ao alcance de um grande Homem.

No final do jogo e com todos os jogadores e público em êxtase, os jogadores leoninos dão uma volta ao campo com o seu bravo herói: João Azevedo, sob aplauso de todos os espectadores inclusive o dos adeptos rivais, rendidos à sua corajosa exibição.



Mais um titulo para o nosso clube conseguido literalmente com Esforço, Dedicação e Glória. Eis o Sporting Clube de Portugal. São episódios como este que estão na origem do movimento Ofensiva 1906. São episódios como este que me enchem de orgulho de ser do Sporting Clube de Portugal. São episódio de amor ao clube. São episódios de Velhos Hábitos e Velhas Maneiras.»

Texto de Pedro Rocha - Fundador da Ofensiva 1906

De baixa estatura, Azevedo revelou-se enorme entre os postes com a camisola do Sporting. Estreou-se 1935 acabou a sua carreira no Sporting em 1951. Conquistou nove Campeonatos e três Taças de Portugal.

1.9.06

Travassos

José António Barreto Travassos, também conhecido por Zé da Europa mais do que uma geração, primeiro em Portugal, enfeitiçando depois a Europa. Aliás, um dia um jornalista escreveu sobre Travassos: « Portugal não figura entre os cinco melhores da Europa ma s tem um interior direito, Travassos, que vale 50 mil libras. É tão brilhante com os pés como o seu inalterável penteado de brilhantina».
Nasceu em Fevereiro de 1926, mesmo onde estava edificado o antigo Estádio José Alvalade. O F.C. Porto fez tudo para que José Travassos ingressasse na equipa azul e branca, mas Travassos ainda na CUF, queria o Sporting onde jogou durante 12 anos, ficando, posteriormente, na formação do Clube, sendo, p.ex., o primeiro técnico de Vítor Damas. Para a história como jogador ficam muitos golos e jogadas impensáveis como nos 6-1 ao Benfica e aos 4-1 ao F. C. Porto, um dos quais eternizados no filme o “Leão da Estrela” . As suas principais características eram a regularidade e forte sentido colectivo tanto a defender como a atacar. Oito títulos conquistados, um tri e um tetra. Era o famoso interior esquerdo da famosa equipa dos cinco violinos. Um época marcante..., para sempre.