Azevedo
«O momento: 17 de Novembro de 1946, Sporting-Benfica, jogo decisivo do Campeonato de Lisboa, disputado no Campo Grande.
João Azevedo guarda-redes do Sporting sai lesionado na primeira parte do desafio, com o braço ao peito. Uma vez, que naquela altura não havia lugar a substituições, Jesus Correia ocupa o seu lugar e na entrada da segunda parte, nova transição com Veríssimo a ocupar a função de guarda-redes. O Sporting que até à lesão do seu guarda-redes ganhava por 1-0, deixara-se então empatar e com menos um homem em campo, ainda para mais o seu guarda-redes, via o Benfica superiorizar-se cada vez mais na busca da vitória, cercando a baliza leonina.
João Azevedo guarda-redes do Sporting sai lesionado na primeira parte do desafio, com o braço ao peito. Uma vez, que naquela altura não havia lugar a substituições, Jesus Correia ocupa o seu lugar e na entrada da segunda parte, nova transição com Veríssimo a ocupar a função de guarda-redes. O Sporting que até à lesão do seu guarda-redes ganhava por 1-0, deixara-se então empatar e com menos um homem em campo, ainda para mais o seu guarda-redes, via o Benfica superiorizar-se cada vez mais na busca da vitória, cercando a baliza leonina.
E, para espanto de todos, nos primeiros minutos de jogo da segunda-parte, qual D. Sebastião ressurgido do nevoeiro, o bravíssimo João Azevedo volta à baliza, ainda que com o braço ligado! O guarda-redes que saíra lesionado para ser prontamente assistido volta, para defender a sua baliza dos ataques encarnados. Se não fosse o braço ligado dir-se-ia que Azevedo voltara igual!
Aproximadamente 10 minutos de jogo da segunda parte, eis que algo de espantoso acontece. Um momento mágico diz quem viu. Guilherme Espirito Santo, grande avançado centro do rival lisboeta fez um portentoso remate ao ângulo ao qual João Azevedo se opõe com um espantoso voo e desviando a bola para canto com o braço que não estava lesionado.
Aproximadamente 10 minutos de jogo da segunda parte, eis que algo de espantoso acontece. Um momento mágico diz quem viu. Guilherme Espirito Santo, grande avançado centro do rival lisboeta fez um portentoso remate ao ângulo ao qual João Azevedo se opõe com um espantoso voo e desviando a bola para canto com o braço que não estava lesionado.
Estava tudo dito, os jogadores encarnados renderam-se à superioridade e classe de um grande Homem que defendia a sua baliza como um verdadeiro leão com asas, imagine-se...! Foi uma defesa determinante, que empolgou os jogadores leoninos para uma brilhante exibição.
Nos minutos finais o Sporting ainda marca mais dois golos em dois minutos e é campeão. Nunca é de mais enaltecer o verdadeiro herói que João Azevedo, esse monstro da baliza verde e branca. De realçar que jogou quase 40 minutos com o braço ligado e nem por isso deixou que a sua baliza fosse “violada”, respondendo ás adversidades com uma excelente exibição, de um estoicismo incrível e revelador de um enorme caracter, só ao alcance de um grande Homem.
No final do jogo e com todos os jogadores e público em êxtase, os jogadores leoninos dão uma volta ao campo com o seu bravo herói: João Azevedo, sob aplauso de todos os espectadores inclusive o dos adeptos rivais, rendidos à sua corajosa exibição.
Mais um titulo para o nosso clube conseguido literalmente com Esforço, Dedicação e Glória. Eis o Sporting Clube de Portugal. São episódios como este que estão na origem do movimento Ofensiva 1906. São episódios como este que me enchem de orgulho de ser do Sporting Clube de Portugal. São episódio de amor ao clube. São episódios de Velhos Hábitos e Velhas Maneiras.»
Texto de Pedro Rocha - Fundador da Ofensiva 1906
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