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SPORTING VINTAGE: 2006.05

SPORTING VINTAGE

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29.5.06

Manuel Marques - Mãos d' Ouro

"A Comissão das Comemorações do Centenário do Sporting homenageou Manuel Marques, descerrando uma placa no Estádio José Alvalade pelos 54 anos de dedicação do Clube. O enfermeiro-massagista esteve ao serviço do Sporting durante mais de meio século, granjeando respeito e admiração das centenas de jogadores que vestiram a camisola do Sporting, da Selecção Nacional e de outros emblemas. O "homem das mãos de ouro", como será para sempre recordado, manifestou sempre uma grande disponibilidade para ajudar graciosa e desinteressadamente todos os que procuravam pela competência e reputação.
Sete anos antes de ingressar no Sporting, em 1979, Manuel Marques concluiu o curso de enfermagem dos Hospitais Civis de Lisboa e tirou vários cursos profissionais no estrangeiro, nomeadamente o curso de massagista pelos Smae Institute, de Leatherhead. Nunca quis ser milionário, pois já lhe bastava ser "milionário de amizades", dizia, e isso ficou amplamente demonstrado nas incontáveis homenagens de que foi alvo. Em 1965, o Sporting atribuiu-lhe a medalha de Ouro de Dedicação, em acto de gratidão e, em 1986, foi agraciado pelo Governo com a medalha de Mérito Desportivo. Manuel Marques deixou o seu nome ligado aos maiores feitos do futebol "leonino", desde a senda dos violinos até à conquista da Taça dos Vencedores das Taças. A nível da Selecção foi marcante a sua participação na brilhante campanha do Mundial de 1966. Para além da Medalha de Ouro, o seu clube de sempre, o Sporting, deu o seu nome à sala do antigo estádio onde funcionava o posto médico de futebol profissional, oferecendo-lhe um leão e uma salva de prata, na tarde de Dezembro de 1986, a anteceder a história vitória por 7-1 sobre o Benfica.(...)"

Texto de Sando Baguinho, Jornal Sporting

9.5.06

Ricardo Sá Pinto


Os primeiros pontapés na bola foram dados na escola Augusto Gil, na rua da Alegria, no Porto, e, já nessa altura se destacava pelo carisma. Meia hora antes do toque para a entrada, às 7.30 da manhã, o jovem Ricardo, louro, cabelo grande e franja, tomava posição no campo da escola para jogar uma "peladinha". E pode mesmo dizer-se que o futebol foi uma boa escola, já que na companhia do amigo Nélson (avançado) transferiu-se para o Salgueiros, onde se estreou no escalão máximo do futebol português. Foi em 1992, frente ao Farense, e jogou 26 minutos, pela mão de Zoran Filipovic. A época não correu muito bem e desceu de divisão, mas antes disso Sousa Cintra, Presidente do Sporting na altura, já o tinha debaixo de olho após a vitória do Salgueiros contra o Benfica, por 1-0, com golo do próprio Sá Pinto. Ingressa então no Sporting (94/95), estreando-se também contra o Farense, e com um golo. A estreia terminou com o erguer da Taça de Portugal no Jamor. Seguiu-se a Supertaça Cândido Oliveira (95/96), conquistada em Paris frente ao F.C. Porto, por 3-0, com um bis de Sá Pinto. Depois de três épocas a jogar de leão ao peito, o apelo do campeonato espanhol foi mais forte e mudou-se para a Real Sociedad até à época (99/00). O regresso ao Sporting aconteceu naturalmente e a tempo de ajudar a equipa a conquistar outra Supertaça (00/01). A coroação aconteceu na época 01/02 ao sagrar-se campeão nacional.

Sá Pinto foi sempre um jogador desalinhado dos cânones politicamente correctos que regem o futebol português.
De caracter forte e vincado, chocava de frente com a hipocrisia e cinismo, ganhando inimigos. Mas não dentro de campo, onde foi sempre admirado pelos seus companheiros e adversários, devido ao seu espirito abnegado. Não vergava. No final do último Rio Ave – Sporting, existia fora do estádio uma fila de trânsito de largos metros, o carro que encabeçava este tráfego não podia avançar devido à presença de largas dezenas de sportinguistas à frente do mesmo, neste carro estava Ricardo Sá Pinto..., que estará sempre presente na memória colectiva sportinguista. Porque não se esquece um filho.