
Os primeiros pontapés na bola foram dados na escola Augusto Gil, na rua da Alegria, no Porto, e, já nessa altura se destacava pelo carisma. Meia hora antes do toque para a entrada, às 7.30 da manhã, o jovem Ricardo, louro, cabelo grande e franja, tomava posição no campo da escola para jogar uma "peladinha".

E pode mesmo dizer-se que o futebol foi uma boa escola, já que na companhia do amigo Nélson (avançado) transferiu-se para o Salgueiros, onde se estreou no escalão máximo do futebol português. Foi em 1992, frente ao Farense, e jogou 26 minutos, pela mão de Zoran Filipovic. A época não correu muito bem e desceu de divisão, mas antes disso Sousa Cintra, Presidente do Sporting na altura, já o tinha debaixo de olho após a vitória do Salgueiros contra o Benfica, por 1-0, com golo do próprio Sá Pinto. Ingressa então no Sporting (94/95), estreando-se também contra o Farense, e com um golo.

A estreia terminou com o erguer da Taça de Portugal no Jamor. Seguiu-se a Supertaça Cândido Oliveira (95/96), conquistada em Paris frente ao F.C. Porto, por 3-0, com um bis de Sá Pinto. Depois de três épocas a jogar de leão ao peito, o apelo do campeonato espanhol foi mais forte e mudou-se para a Real Sociedad até à época (99/00).

O regresso ao Sporting aconteceu naturalmente e a tempo de ajudar a equipa a conquistar outra Supertaça (00/01). A coroação aconteceu na época 01/02 ao sagrar-se campeão nacional.
Sá Pinto foi sempre um jogador desalinhado dos cânones politicamente correctos que regem o futebol português.

De caracter forte e vincado, chocava de frente com a hipocrisia e cinismo, ganhando inimigos. Mas não dentro de campo, onde foi sempre admirado pelos seus companheiros e adversários, devido ao seu espirito abnegado. Não vergava.

No final do último Rio Ave – Sporting, existia fora do estádio uma fila de trânsito de largos metros, o carro que encabeçava este tráfego não podia avançar devido à presença de largas dezenas de sportinguistas à frente do mesmo, neste carro estava Ricardo Sá Pinto..., que estará sempre presente na memória colectiva sportinguista. Porque não se esquece um filho.





















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